Em entrevista você está na vitrine!
Quando um jovem participa de um processo seletivo para uma vaga de trabalho, no momento da entrevista sabe que está concorrendo com outros candidatos, tão bons ou melhores do que ele. Como disputar, então, com chances de ficar com a vaga?
Simon Franco, headhunter de enorme reputação pessoal e profissional, argumenta em seu livro "Criando o Próprio Futuro" que no mundo corporativo costuma-se contratar com base naquilo que você tem (competência técnica), por aquilo que você é (competência humana) e como você se apresenta (competência de imagem), ou seja, como você vai para a "vitrine".
A primeira impressão, ainda que subjetiva, tem forte impacto no selecionador, apesar de muitas vezes não admitido, não podendo ser ignorado por candidatos que participam de entrevistas. Muitos profissionais, com cancha no mercado de trabalho e com competência técnica, não conseguem encontrar explicações por não ficarem com a vaga se são bons naquilo que fazem profissionalmente.
Não há como dissociar o pessoal do profissional. A empresa está "comprando" o pacote, buscando alguém que, no conjunto, seja bom tecnicamente, mas também compatível com a cultura comportamental adotada na organização. E nesse contexto, muitos candidatos desatentos comparecem desleixadamente, pecando na sua postura verbal e no gestual, como também na sua apresentação física.
Estão na vitrine, sendo comparados com outros interessados e, por vezes, muito mais empenhados em causar uma boa impressão, destacando-se, portanto.
O jovem sem vivência nesse meio, diante de sua inexperiência, precisa cuidar com redobrada atenção dos dois aspectos de construção de imagem positiva: postura e apresentação física.
Reinaldo Polito, considerado por empresários, executivos e jornalistas como o mais qualificado e respeitado profissional de comunicação verbal do Brasil, garante que para se ter sucesso nas participações em público são importantes os seguintes quesitos:
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Seja natural. Não tente ser artificial. A artificialidade denota algo falso, que se quer esconder alguma coisa. Numa entrevista, essa postura é desclassificatória.
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Fale sobre aquilo que sabe. Quando falar, demonstre conhecimento de causa, firmeza e clareza. Não invente e, especialmente, jamais use uma mentira. A mentira queima o filme. Se não souber utilize um excelente mecanismo de resposta: seja sincero e diga que não sabe.
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Jamais seja presunçoso, arrogante, tímido ou metido a engraçado. Segure a onda, nada agregará ao resultado final assumir um desses papéis. Derruba qualquer chance que o candidato possua.
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Demonstre interesse e atenção à entrevista. Pergunte o que não entender e faça a conversa rolar. Considere, entretanto, que você é o entrevistado. Não assuma o comando da conversa, mas, pergunte o que entender ser necessário.
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A postura gestual deve ser condizente ao momento. Não se apresente como se fosse um maestro, movimentando os braços parecendo querer orquestrar uma sinfonia de Beethoven. E nem assuma postura de "coitadinho de mim", com mãos postas entre pernas e o olhar de "o mais esquecido dos justos". Os gestos e o olhar devem demonstrar segurança, confiança, coragem e determinação. Não há lugar no mundo corporativo para pessoas que apresentem atitudes negativas, como insegurança, falta de confiança em si mesmo, covardia e fraqueza de objetivos e de ânimo.
Quanto à apresentação pessoal, todos os detalhes são importantes e é onde mais se erra. Cuidados com o vestuário, acessórios, higiene e educação precisam ser observados.
Realizar uma entrevista para emprego mascando chiclete, usando óculos escuros, piercing, brincos para homens e brincos exagerados para mulheres, barba por fazer, cabelo mal cuidado ou desarrumado ou, ainda, exoticamente penteado, representam perigo iminente.
Exagero na maquiagem, roupas muito curtas para mulheres e desalinhadas para os homens, tatuagens explícitas, em especial no rosto, pescoço, mãos e cabeça e bermudas ou camisetas regata surgem em entrevistas e reprovam.
Por desleixo, descompromisso ou ingenuidade, muitos candidatos se apresentam assim, deixando imagem negativa e, com isso, não aproveitados para a vaga disputada.
Podem parecer óbvias essas recomendações, entretanto, chega a ser muito preocupante verificar o número de candidatos que não atentam ou não "se ligam" nesses pontos quando estão lutando por uma oportunidade no restritivo e cada vez mais exigente mercado de trabalho.
De outro lado, muitos esquecem que estão concorrendo com outros candidatos e qualquer detalhe pode ser motivo de vitória ou de perda da vaga, não havendo "repeteco" de entrevista para acertar. É preciso fazer certo na primeira vez.
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